segunda-feira, 29 de abril de 2013

DANÇARINA QUE PERDEU O PÉ NO ATENTADO EM BOSTON QUER VOLTAR A DANÇAR

     


      “Espera aí, meu pé está doendo.” Foi isso que a dançarina Adrianne Haslet, 32, disse assim que percebeu que estava ferida instantes após a explosão de uma bomba na maratona de Boston, no último dia 15.
      Ela e seu marido Adam Davis, um soldado da Força Aérea dos EUA que havia acabado de voltar do Afeganistão, estavam assistindo à competição próximos à linha de chegada. O atentado deixou três pessoas mortas e cerca de 264 feridas.
      Em entrevista ao canal de TV ABC, do hospital Boston Medical Center, onde está sendo tratada, Adrianne afirmou que não percebeu instantaneamente que foi ferida.
      “Não senti o calor da bomba. Apenas senti o ar se deslocando e, por isso, caí no chão”, contou.
      Seu ferimento foi tão grave que os médicos tiveram de amputar seu pé esquerdo, uma perda devastadora para uma professora de dança.
      Mesmo com a dor e o trauma recentes, Adrianne, que estampa a capa do jornal “Boston Herald” desta terça-feira (23), dá sinais de que não vai se deixar deprimir. “Com certeza, eu quero dançar novamente”, disse, convicta.
      Foi a mãe da dançarina, Chauni Haslet, que teve de dar a notícia à filha. Quando acordou da anestesia, Adrianne notou que havia algo estranho em seu corpo.
      “Meu pé parece adormecido. Tenho a sensação de que ele está caindo da cama”, disse para sua mãe.
      Chauni apenas aproximou-se de Adrianne e disse, baixinho: “Querida, seu pé esquerdo… se foi.”
      Ao jornal “Boston Herald”, Adrianne contou que no local da explosão, mesmo ferida e com o pé praticamente descolado de sua perna, ainda conseguiu dizer para o marido que o amava.
      “Disse a ele que sentia muito que tudo isso estava acontecendo e que se aquela fosse a última vez que a gente estivesse juntos, que ele soubesse o quanto eu o amo. Depois, falei que iríamos passar por cima de tudo aquilo porque eu ainda não estava pronta para deixá-lo”, contou.
      Além de voltar à pista de dança, Adrianne tem mais um objetivo a partir de agora.
      “Não vou deixar alguém roubar minha vida. Então vou voltar a dançar e, no ano que vem, eu, que nunca fui uma corredora, planejo correr a maratona”, disse ao “Boston Herald”.

Fonte: UOL

sábado, 27 de abril de 2013

APOSENTADORIA DE CÃES-GUIAS DEIXA CEGOS PREOCUPADOS


      Pessoas cegas que possuem cão-guia no Brasil estão enfrentando uma situação que as deixa em pânico: o envelhecimento dos companheiros e a consequente necessidade de aposentá-los. O problema é que, com isso, terão de enfrentar longas filas de espera para ter um novo "orientador".
      Há no país cerca de 80 deficientes visuais com cães-guia. Quase todos os bichos, segundo o Instituto Íris, de apoio aos deficientes visuais, vieram de outros países, sobretudo dos Estados Unidos.
      Apesar de haver tentativas nacionais de formação de animais, elas esbarram na falta de boas linhagens e de treinamentos corretos.
      Projeto do Sesi-SP criado no ano passado para entregar 32 cães-guias, por exemplo, enfrentou problemas na formação. A perspectiva, agora, é que apenas 11 cachorros estejam preparados para trabalhar, até o meio deste ano.
      Como grupos de cegos trouxeram seus cães de fora quase ao mesmo tempo, com ajuda de instituições nacionais e internacionais, agora há o problema do envelhecimento dos cães, que devem trabalhar por, no máximo, oito anos.


SOFRIMENTO DUPLO
      Alberto Pereira, 36, do Instituto Laramara, trouxe o labrador amarelo Simon dos EUA há seis anos. O bicho está com nove anos e dá sinais de cansaço. Aos poucos, está parando de trabalhar.
      "Está sendo muito difícil para mim ter de levar o dia a dia sem a ajuda do Simon, mas ele já está com problemas na visão, fica cansado muito rápido. É um sofrimento para mim e para ele."
      Os cães treinados conseguem desviar os cegos de obstáculos, atravessá-los na rua com segurança, encontrar caminhos e dar-lhes mais autonomia de ir e vir.
      Misty, o "anjo de quatro patas" da professora Olga Solange Herval Souza, 53, foi trazida de Nova York há nove anos. Está bem de saúde, mas a dona está preocupada.
      "Uso transporte público e enfrento a rua ao lado da Misty, que tem dez anos.
      Fico sempre tensa e ansiosa porque não sei como ela irá acordar amanhã", afirma.
      O Instituto Íris arrecada fundos para levar pessoas aos EUA para que consigam cães, mas o processo é demorado. A fila de espera tem 4.000 inscritos. O treinamento de um cão no exterior custa R$ 40 mil.

FONTE: Rede Saci

quinta-feira, 25 de abril de 2013

EXPOSIÇÃO ACESSÍVEL INICIA SÁBADO EM PORTO ALEGRE


      Diferentemente de um museu ou de uma mostra de artes, onde as obras não podem ser tocadas, a exposição “Cinco Sentidos” tem como regra a interação. Especialmente para o público com necessidades especiais. Paisagens conhecidas de Porto Alegre estarão acessíveis, em tamanho reduzido, a partir deste sábado, quando inicia o evento promovido pelo Instituto Ame. Seis maquetes táteis e quatro painéis retratando atletas gaúchos estarão em exibição no Palácio da Justiça, no Centro da Capital.

      “A exposição é toda acessível, inclusive com audiodescrição, para um público que dificilmente tem essa oportunidade”, explica a diretora-presidente do Instituto Ame, entidade que visa promover a acessibilidade e o meio ambiente, Noara Tubino. “Em um museu ou em uma exposição, dificilmente você pode tocar (nas obras). Nossa exposição é o inverso, o público tem de interagir com tudo.”

      A proposta da exposição é apresentar diferentes aspectos da formação da cidade de Porto Alegre. As maquetes a serem apresentadas mostram, entre outros pontos, o Cais do Porto e o relevo do Centro da Capital. Um dos enfoques é a apresentação da cidade como uma das subsedes da Copa do Mundo de 2014. Entre os atletas que fazem parte da mostra, exibida por meio da técnica de matrizes em relevo estão a ginasta Daiane dos Santos e o judoca João Derly. “A pessoa que tem a deficiência consegue tocar e sentir toda a fotografia através das dimensões do relevo”, explica Noara.

      Essa é a segunda exposição totalmente acessível realizada pelo instituto. A primeira, em 2011, registrou mais de 30 mil visitantes. Após passar pelo Palácio da Justiça, as obras irão para a Faculdade de Arquitetura da Ufrgs, no dia 6 de maio, e para o Tribunal de Justiça, no dia 14 de maio. Segundo a diretora-presidente do Instituto Ame, a exposição antecipa a criação do Memorial de Acessibilidade e Inclusão Social, cujo projeto já foi aprovado pelo Ministério da Cultura. A entidade estará localizada na zona Sul da Capital. O espaço, que ainda necessita de adaptações, deve ser concluído até o final do ano. “Nossa meta é transformá-lo em um local onde tudo possa ser tocado”, projeta Noara.

terça-feira, 23 de abril de 2013

HOMEM SENTE PRAZER SEXUAL ATRAVÉS DO POLEGAR


      Rafe Biggs, 43 anos, é um homem tetraplégico que não consegue sentir nada abaixo de seus quadris, incluindo seus órgãos genitais. No entanto, o britânico descobriu, recentemente, que é capaz de sentir prazer sexual por meio de seu polegar.
      Ele conta que, um ano depois de cair de um telhado e quebrar o pescoço, tornando-se tetraplégico, ele teve “sensações orgásticas” quando sua namorada massageou e chupou seu dedão. “Eu senti essas energias crescentes e que estava cada vez mais perto do orgasmo”, disse ao jornal The Sun.
      “Quando eu fiz isso, foi uma onda de prazer atrás da outra. Foi incrível. Nunca pensei que seria possível, mas a massagem no meu dedo parece muito com o que eu sentia com meu pênis; É muito excitante”, disse.
      A terapeuta sexual Lisa Skye Carle, que passou a trabalhar com Biggs, afirma que seu cliente está experimentando um processo de “orgasmo transferido”, em que outra parte do corpo dá a mesma sensação do órgão genital.

Fonte: Virgula

segunda-feira, 22 de abril de 2013

AEROPORTOS BRASILEIROS NÃO ESTÃO APTOS A RECEBEREM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA


      De acordo com a engenheira responsável pela pesquisa, Lígia Gesteira Coelho, “A situação dos aeroportos brasileiros é preocupante no que diz respeito ao direito de ir e vir das pessoas com deficiência”, afima.
      Em entrevista ao IBDD (Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência), a pesquisadora evidencia que para os grandes eventos que estão por vir, como Copa de 2014 e Olimpíadas no Rio, os aeroportos terão que melhorar em muitos aspectos para atender aos passageiros com dificuldades de locomoção.
      Ao todo foram analisados seis aeroportos no Brasil e dentre eles, os aeroportos Guarulhos, em São Paulo, e Juscelino Kubitscheck, em Brasília, obtiveram os piores resultados, ambos com aproximadamente 0,47 (em uma escala de zero a um). “O crescimento da demanda de passageiros não foi acompanhado por uma maior oferta de infraestrutura, o que resulta em uma degradação natural no nível de qualidade oferecido ao usuário”, analisa a pesquisadora em relação à questão da acessibilidade.
      Já o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, obteve a maior pontuação entre os analisados, com valor de 0,63, porém ainda totalmente insatisfatório. De acordo com a engenheira, “Todo mundo sabe que o Rio não está preparado para receber os eventos internacionais. Nenhum dos aeroportos estudados obteve pontuações altas ou, ao menos, satisfatórias”, critica.
       Outro ponto ressaltado pela pesquisadora em sua pesquisa, foram os principais problemas enfrentados pelos passageiros no local, como as longas distâncias de caminhamento e a ausência de recursos humanos preparados para atender os usuários, seja para o uso de línguas estrangeiras seja para o uso da língua de sinais para atendimento às pessoas com deficiência auditiva.
      De acordo com Teresa Costa d’Amaral, Superintendente do IBDD, “A parte interna do aeroporto precisa ser acessível, assim como o percurso entre as salas de embarque, as aeronaves e a poltrona do passageiro com deficiência. O prazo legal expirou há muito, as autoridades governamentais e as empresas já tiveram tempo suficiente para se adequarem. Espero que a pressão dos grandes eventos no Rio no Brasil mude essa reiterada e absurda realidade de desrespeito aos direitos do cidadão com deficiência”.

domingo, 21 de abril de 2013

MÚSICA - IMAGINE - JOHN LENNON

PHOTOGRAPHIC MUSEUM





FONTE: http://www.photographicmuseum.com/

CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA BARRADA EM PARQUE

     

      Uma criança de 11 anos com deficiência física, acompanhado da mãe, foi impedido de brincar em um parque de diversão montado em um shopping de Juazeiro do Norte, no Ceará. Segundo a mãe de Pedro Lucas, ele não pôde brincar em nenhum dos brinquedos do local. O fato aconteceu em 7 de abril. Após o episódio, Arlene fotografou a placa e resolveu postar a indignação em uma rede social. O que surpreendeu a mãe da criança foi que, depois da repercussão na internet, representantes do shopping e do parque a procuraram para pedir desculpas. O menino ganhou um urso de pelúcia de presente e fichas para voltar ao parque e utilizar os brinquedos.
      “Eu perguntei: ‘Moça, eu queria saber onde eu compro as fichas para o Lucas brincar?’ Aí, a moça respondeu: ‘Não, ele não pode brincar porque ele é deficiente’”, conta a atriz Arlete Almeida. Pedro Lucas tem mobilidade reduzida. Quando nasceu, uma falta de oxigênio atingiu o desempenho físico da criança, que se locomove com cadeira de rodas.
      A mãe disse que ficou incomodada quando a atendente informou que o filho não podia ter acesso a nenhum dos brinquedos do parque. “Me mostraram a placa dizendo que presença de deficientes físicos não era recomendada em um dos brinquedos. Mas, aí a placa passou de recomendado para o proibido quando ele não pode frequentar nenhum. A inclusão a gente vê na teoria, mas não na prática”.
      Arlene conversou com os donos de shopping e do parque, mas ainda está com medo de levar o filho para o parque. “Estou meio receosa porque acho que não adianta ir agora. Minha preocupação é com o shopping também. Acho que tem responsabilidade. Fazer rampas e banheiro, não é inclusão, não é acessabilidade”.
      O dono do parque foi procurado pela TV Verdes Mares Cariri, mas não quis comentar o assunto. Em nota, a gerência do shopping lamentou o que aconteceu e disse que já determinou adequações no local.
      De acordo com lei federal Nº 10.098/2000, os parques de diversões, públicos e privados, devem adaptar no mínimo 5% de cada brinquedo e equipamento e identificá-lo para possibilitar sua utilização por pessoas com deficiência  ou com mobilidade reduzida, desde que isso seja tecnicamente possível.
Fonte: G1

sexta-feira, 19 de abril de 2013

ENTREVISTA DO SITE "LEITURINHAS"


INCLUSÃO NAS LEITURINHAS
“Escrever é um vício, não dá pra parar”
(Cristiano Refosco)

LEITURINHAS – Como a fisioterapia pode auxiliar a  criança com deficiência, anteriormente chamada de “especial”, nas suas mais variadas limitações, como o cego ou o autista, por exemplo?

CRISTIANO – O termo “criança especial” está em desuso, visto que fomenta o preconceito. Todas as crianças são especiais, tendo elas deficiência ou não. O termo correto é “criança com deficiência”.  Desde 2006 que se convencionou não usar mais termos como “crianças especiais” (e sim “crianças com deficiência”) e “portadores de necessidades especiais” (mas sim “pessoas com deficiência” ou “pessoas com necessidade especial”) isso porque ninguém “porta” uma deficiência, mas sim a possui.
A fisioterapia pode ajudar crianças com autismo ou cegas principalmente favorecendo a aquisição de etapas do desenvolvimento neuropsicomotor que estejam incompletas, ou ainda, estimulando aspectos sensoriais. Já tive pacientes cegos que possuíam um atraso no desenvolvimento motor em função de não enxergarem. Através do estímulo de outros sentidos (tato, audição) e da organização do esquema corporal pode-se conseguir ótimos resultados.


LEITURINHAS – Conte um pouco sobre a história de suas LEITURINHAS da infância até o presente momento.

CRISTIANO – Na infância, li muito Monteiro Lobato. Pegava os livros na biblioteca da escola e me deliciava. Mais tarde, veio “meu pé de laranja lima”, de José Mauro de Vasconcellos. Série Vaga-Lume e clássicos da literatura brasileira vieram logo após.  Erico Verissimo, Jorge Amado, Gabriel Garcia Marquez , José Saramago e Mario Vargas Llosa  são autores que procuro ler todos os anos.


LEITURINHAS –  A coleção ERA UMA VEZ UM CONTO DE FADAS INCLUSIVO é sua estreia na literatura infantil, como autor e ilustrador. O que muda e o que permanece para um fisioterapeuta depois de ingressar no meio literário com obras tão peculiares? Você pretende dar continuidade à carreira de escritor nessa linha temática?

CRISTIANO – Considero que crianças não são adultos pequenos, mas sim crianças. Fazer fisioterapia nem sempre é gostoso. Por isso, sempre tive a preocupação de levar para os meus atendimentos elementos lúdicos que pudessem estimular os meus pacientes. Contar histórias, por exemplo, sempre foi um recurso que utilizei (e que utilizo) quando preciso alongar uma criança. A diferença, é que a partir de agora, não serão unicamente meus pacientes que terão acesso a essas histórias. Isso mudou. Porém, a preocupação com a qualidade do trabalho e  a necessidade de criar sempre recursos para tornar a terapia interessante para a criança permanecem.
Não sou ilustrador. Sou apenas um fisioterapeuta que optou por ilustrar os próprios livros. Sempre brinco dizendo que as ilustrações não possuem o “padrão Disney”, mas que esta foi a opção do projeto. Quando o designer Leandro Selister (que coloriu as ilustrações e organizou os livros) viu os meus desenhos, sugeriu que eles fossem usados. Foi um risco que corremos, mas felizmente as crianças foram e estão sendo muito receptivas as minhas ilustrações.
Atualmente estou trabalhando no que chamo de “próxima fase da coleção”.  Novos contos de fadas e novas histórias com enfoque nas diferenças. Escrever é um vício, não dá para parar.


LEITURINHAS – A coleção ERA UMA VEZ... é composta por 11 volumes de releituras dos contos de fadas, em que os personagens principais apresentam algum tipo de deficiência. Relate um pouco sobre o processo de composição dessas histórias.

CRISTIANO – Minha primeira preocupação foi utilizar contos de fadas em que os protagonistas não fossem animais. Como queria falar sobre deficiências humanas, não vi motivos para transformar os três porquinhos em porquinhos com síndrome de Down, por exemplo, ou para fazer um Gato de Botas amputado. Num processo de pura inspiração, as deficiências foram se encaixando naturalmente nas histórias. Não houve dilema do tipo “quem vai ser cego” ou “quem vai ser paraplégico”.  Outra preocupação era que elementos consistentes dos contos de fadas originais permanecessem nos contos inclusivos, o que não quer dizer que a deficiência não altere o curso da história. Em BRANCA CEGA DE NEVE, por exemplo, a princesa cega possui um olfato muito desenvolvido e por isso sente o cheiro da madrasta quando esta vem lhe oferecer a maçã envenenada. Branca então tem a opção de comer ou não a maçã...


LEITURINHAS – Como surgiu a ideia de inserir a descrição das ilustrações dos livros durante a leitura oral das histórias? Você já conhecia o trabalho de adaptação descritiva de imagens para pessoas com baixa visão e cegos?

CRISTIANO – A acessibilidade da coleção sempre foi uma preocupação minha e da equipe que montou o projeto. De início cogitamos fazer uma versão da coleção em Braille, para que crianças e adultos com deficiência visual tivessem acesso aos livros, porém, por uma questão de custos (fazer livros no Brasil em Braille ainda é muito caro), optamos pela áudio-descrição. Por isso, a coleção é formada por 11 livros mais um CD com o áudio livro (para as crianças com ou sem deficiência que ainda não foram alfabetizadas) e com a áudio-descrição das histórias. A áudio-descrição  foi realizada pela Empresa MIL PALAVRAS. Eu nunca tinha tido acesso a materiais com áudio-descrição.  Foi muito legal entrar nesse universo, que até então não fazia parte da minha rotina profissional.


LEITURINHAS – Qual a receptividade dessa coleção por parte das crianças com deficiência? E por parte de crianças, jovens e sem deficiência?

CRISTIANO – As crianças com deficiência que viram os livros adoraram.  Elas se reconhecem e se identificam com os personagens. No lançamento da coleção em Porto Alegre foi emocionante ver crianças cadeirantes querendo tirar fotos com o painel da Chapeuzinho da Cadeirinha de rodas vermelha... Já as crianças sem deficiência demonstram grande curiosidade pelos temas. Não raro, elas perguntam “mas o que é inclusão?”. Outra menina sem deficiência que estava no lançamento da coleção observou: “que bom que agora os castelos já possuem rampas para as princesas que precisarem de cadeira de rodas”... A menina fez esta observação após ler “a bela amolecida”.


LEITURINHAS –   O que falta para o Brasil se tornar o PAÍS DA INCLUSÃO?

CRISTIANO – Penso que inclusão é um conceito que deve ser trabalhado desde cedo, por isso pensei na coleção como ferramenta que estimulasse nas crianças a curiosidade sobre o tema. Não tem como falar em inclusão sem falar em diferenças. Não somos todos iguais. Cada um é de um jeito e todos devem ser respeitados. Uma criança que cresce com esse conceito, terá muito mais chance de ser um adulto desprovido de preconceitos. Além disso, a inclusão exige muitas vezes uma série de modificações estruturais e materiais, principalmente quando entendemos que inclusão e acessibilidade estão fortemente ligadas. Para incluir crianças com deficiência numa sala de aula comum, por exemplo, é preciso modificar o meio. Rampas, cadeiras adaptadas, banheiros adaptados, recursos de tecnologia assistiva, qualificação dos professores e monitores são produtos de investimento que um país deve fazer na educação para oportunizar que crianças com deficiência tenham oportunidade de se desenvolver.


LEITURINHAS –  A partir da sua experiência como fisioterapeuta, escritor e cidadão brasileiro, dê algumas dicas aos pequenos e grandes leitores de atitudes que podem auxiliar na inclusão social de (pessoas com deficiência).

CRISTIANO – A primeira dica é não esquecermos que todas as pessoas são diferentes, com ou sem deficiência, e que todas as diferenças devem ser respeitadas.
Outra dica é que, Inclusão é para todas as pessoas, e não somente para quem tem algum tipo de limitação física ou sensorial. Uma rampa pode servir tanto para um cadeirante quanto para uma pessoa idosa que não consiga subir os degraus de uma escada.
E por fim, que pessoas com deficiência não devem ser subestimadas nas suas capacidades e nem tratadas como heróis simplesmente pelo fato de possuírem uma deficiência.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL

FOTÓGRAFO TRANSFORMA SONHO DE MENINO COM DISTROFIA EM REALIDADE


,
       Na série intitulada “O Pequeno Príncipe”, o fotógrafo Matej Pelyjhan da eslovênia, fez um ensaio com um garoto de 12 anos chamado Luka – que sofre de distrofia muscular, uma doença que enfraquece os músculos de uma pessoa ao longo do tempo.  Aqueles que têm a doença perdem gradualmente a capacidade de fazer coisas que as pessoas normalmente conseguem fazer.
      Com um pano no chão e objetos do cotidiano sobre o pano, além de truques de fotografia, Peljhan ajudou Luka transformar seus sonhos (e desenhos a partir de um notebook) em realidade.
Estas imagens comoventes também mostram uma mensagem sobre o transtorno,  lembrando os espectadores do trabalho para apreciar a vida e vivê-la ao máximo.








quarta-feira, 17 de abril de 2013

PSICÓLOGO COM ATROFIA MUSCULAR CRIA MÉTODO PARA DIGITAR E CONCLUI MESTRADO

     

      Dusik, 36, tem atrofia muscular espinhal, doença genética que causa degeneração dos neurônios motores.
      A dissertação "Tecnologia virtual silábico-alfabético: tecnologia assistida para pessoas com deficiência" foi defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Ele foi o primeiro aluno com deficiência física a concluir mestrado no programa.
      Desde a infância, o psicólogo vem paulatinamente perdendo os movimentos de pernas e braços – hoje ele conserva ativos, e ainda assim parcialmente, apenas a cabeça e a mão esquerda. A atividade cognitiva permanece intacta.
      A tecnologia exposta na dissertação de mestrado permite que ele utilize o mouse para digitar e acessar conteúdos na internet apenas com o movimento de um dedo. O aplicativo desenvolvido por Dusik, um autodidata em computação, é usado por outras cinco pessoas com limitações físicas a partir de pequenas adaptações. Atualmente, ele atua como tutor em cursos da Universidade Aberta do Brasil.

Difícil inclusão
      Na dissertação, Cláudio detalhou o teclado virtual que utilizava em casa para superar as limitações da doença. Diagnosticado ainda criança, o agora mestre em educação enfrentou inúmeras dificuldades para estudar junto com alunos normais e superar a expectativa de morte iminente. Sob orientação da professora Lucila Maria Costi Santarosa, a dissertação sistematizou a nova tecnologia assistida – o aplicativo de um teclado virtual – e relatou os casos de cinco usurários que se beneficiam do método.
      Claudio, que mora na região metropolitana de Porto Alegre, conta que desenvolveu o sistema para poder concluir os estudos de psicologia, já que a doença se agravou nesse período. O estudante começou a pesquisar alternativas em compêndios de informática que lia nos intervalos da aula e nas madrugadas. O método consiste num programa que seleciona letras, sílabas e palavras na tela a partir de apenas um toque no mouse.
      O estudante pretende agora colocar sua criação livremente à disposição de pessoas que, a exemplo dele, necessitam do recurso para poder escrever com apoio do computador e interagir virtualmente.
      O uso da cadeira de rodas não impediu Dusik de levar adiante sua pesquisa. Nos deslocamentos de Esteio até Porto Alegre, o estudante contou com a companhia da mãe no transporte especial. Muitas orientações da professora Lucila foram realizadas pelo Skype para que ele não precisasse se deslocar até a Faculdade de Educação.
      A mãe de Cláudio, Elza Arnoldo, festejou a conquista. "Ele é um exemplo de que é possível às pessoas com deficiência vencer o medo, a vergonha e o receio e enfrentar as batalhas do mundo. Quando criança, os médicos diziam que o Cláudio teria de sete a quatorze anos de vida. Vivíamos em luto. Ele foi para a escola só para brincar e ter amigos. Hoje está defendendo seu mestrado", disse Elza.

FONTE: Rede Saci

terça-feira, 16 de abril de 2013

MENINO LUTANDO COM JACARÉ



      Não, não é montagem. A foto acima mostra Charlie Parker, 3 anos, lutando com um jacaré norte-americano chamado Gump.
      Praticamente um bebê, Charlie é o mais jovem cuidador de animais selvagens da Austrália. Um “especialista em répteis”, ele fica bem à vontade ao lado de jibóias de 2,5 metros, como seu melhor amigo, Pablo.
      Charlie vem de uma longa linhagem familiar de pessoas que possuem e dirigem o parque Ballarat Wildlife Park, em Victoria (Austrália).
      Enquanto muitos pais fazem de tudo para proteger seus filhos de qualquer perigo, Charlie foi criado para brincar com e aprender sobre lagartos e cobras.



segunda-feira, 15 de abril de 2013

VIOLINO DO TITANIC É AUTENTIFICADO 101 ANOS APÓS NAUFRÁGIO


      O violino do maestro da orquestra do Titanic foi encontrado em um sótão na Inglaterra e autentificado 101 anos após o naufrágio do navio, informou uma casa de leilões britânica.
      Foram necessários sete anos para certificar a origem do instrumento, que milagrosamente sobreviveu ao naufrágio, explicou Andrew Aldridge, da casa Henry Aldridge & Son localizada no sudoeste da Inglaterra.
      O violino, feito de em pau rosa, pertenceu a Wallace Hartley, chefe da pequena orquestra do Titanic, que ficou conhecida por ter tocado até que o navio desaparecesse no Atlântico em abril de 1912.
      O cadáver de Wallace Hartley passou dez dias na água. "O violino foi encontrado em uma mala de couro, que estava presa a seu corpo", contou à AFP Andrew Aldridge.
      Pouco tempo depois da tragédia, a mãe de Wallace Hartley disse à imprensa: "Eu sabia que ele morreria com seu violino. Ele era apaixonadamente ligado a este instrumento".
      O violino, presente de sua noive Maria Robinson, tinha uma pequena placa em prata escrita 'Para Wallys, por ocasião de nosso noivado. Maria', um elemento que permitiu autenticá-lo.
      Os peritos que examinaram o instrumento também concluíram que "os sedimentos e a ferrugem encontrados no violino eram compatíveis com uma imersão na água do mar", segundo Andrew Aldridge.
      Após o resgate do instrumento, as autoridades canadenses o enviaram a Maria Robinson.
      E em sua morte, em 1939, foi confiado ao Exército da Salvação. Em uma carta escrita no início dos anos 1940, uma professora de música da organização escreveu: "É quase impossível tocar (com o violino), provavelmente por causa de sua vida movimentada". O instrumento foi então dado a uma família que o guardou em seu sótão.
      "É uma incrível história humana", comentou Andrew Aldridge. "Wallace Hartley é uma das personalidades mais importantes da história do Titanic, principalmente devido a sua coragem", acrescentou, considerando que "este violino é a lembrança mais importante do Titanic".
      O instrumento é avaliado em pelo menos 100 mil euros. Ficará exposto a partir da Páscoa na prefeitura de Belfast, cidade onde o Titanic foi construído. Está fora de questão colocá-lo em leilão por enquanto, segundo Andrew Aldridge, que está negociando com museus.
      O Titanic naufragou nas águas geladas do Atlântico Norte durante sua viagem inaugural na madrugada do dia 14 para o 15 de abril 1912 após colidir com um iceberg. Entre as cerca de 2.200 pessoas a bordo, 1.500 morreram, entre elas os oito membros da orquestra.

FONTE: G1

sábado, 13 de abril de 2013

JUSTIÇA CONDENA INEP A INDENIZAR CANDIDATO CADEIRANTE



      O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC), foi condenado a pagar R$ 6,7 mil ao estudante Mauricio Zortea, de 30 anos, por danos morais. Ainda cabe recurso à decisão.
      Cadeirante desde 2000, o gaúcho morador de Passo Fundo considera que não teve as mesmas condições de infraestrutura na realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2011, pelas dificuldades que enfrentou para acessar o local da prova e pela impossibilidade de utilizar os banheiros, não adaptados. Em tratamento de reabilitação, ele precisou ir ao sanitário durante a prova, mas não conseguiu.
      Na decisão, do dia 5, o juiz Rafael Trevisan citou que houve “humilhação” do candidato. “Houve culpa na omissão do Inep. O caso deve servir de lição para o órgão não voltar a praticar tal ilicitude”, diz Trevisan.
      Na contestação, segundo a sentença, o Inep “sustenta que não há como exigir a adequação de todos os ambientes escolares onde será prestado o exame, sob pena de inviabilizá-lo”.
      “Com certeza a situação atrapalhou o meu desempenho e abalou o emocional. O pior é que eu havia solicitado atendimento especial”, diz Zortea. Ele se locomove com cadeira de rodas após sofrer uma lesão modular causada por um acidente de carro. Ele queria concorrer a uma vaga no curso de Direito.
      Ainda segundo o estudante, a situação foi ainda mais constrangedora ao entrar na sala onde realizaria as provas. “Me senti num campo de concentração nazista pela segregação: só havia candidatos com algum tipo de deficiência. Queremos ser incluídos com os demais, não excluídos.”
      Questionada sob a ausência de rampas de acesso e de banheiro adaptado, a direção da Escola Estadual Nicolau de Araújo Vergueiro, onde o estudante realizou o exame, informou que “está aguardando por reformas para melhorar a acessibilidade”. Também afirmou que o estudante deveria ter “solicitado a abertura da porta lateral que dá acesso a uma rampa”.
      Bruno Borges, advogado na ação e irmão do jovem, contesta a versão da escola. “Eles mesmos tentaram prestar solidariedade na hora, sabem que o prédio não é adaptado”, afirma. Ele diz esperar a notificação formal para avaliar a possibilidade de entrar com recurso para aumentar o valor da indenização. O valor base inicialmente proposto na ação era de cerca de R$ 25 mil.
      “Não tem desculpa. Não é só nas escolas, mas em quase todos os prédios do Brasil pessoas com mobilidade comprometida têm dificuldades de acesso”, diz Mônica Pereira, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
      Consultado, o Inep informou ainda que não havia sido notificado da decisão. Segundo o órgão, “na época, quando instado pela Justiça, o Inep cobrou esclarecimentos do consórcio contratado para aplicar o exame, que se manifestou nos autos do processo. Independentemente disso, em 2012, todos os procedimentos para atendimento das condições especiais para realizar o exame foram aprimorados, num processo de constante evolução da logística de aplicação e equidade dos direitos de participação”.
      No Enem de 2012, no entanto, a reportagem constatou no câmpus da Barra Funda da Universidade Nove de Julho (Uninove), um dos locais de prova mais movimentados de São Paulo, a ausência de mesas adaptadas a candidatos cadeirantes.
      Na última edição do exame, segundo o MEC, o número de solicitações de cadeiras de roda, mesas e cadeiras separadas e apoios de perna foi de 5.548. A quantidade total de inscritos ultrapassou 5 milhões.

Fonte: Estadão

sexta-feira, 12 de abril de 2013

PLAYGROUNDS PODEM TER BRINQUEDOS ADAPTADOS PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA


      O Projeto de Lei 054/2013, de autoria do deputado Zé Teixeira (DEM), pretende garantir que os playgrounds instalados em escolas, jardins, parques, clubes, áreas de lazer e áreas abertas ao público em geral, ainda que localizados em propriedades privadas de uso público, tenham brinquedos adaptados para crianças com deficiência.

      Para evitar danos aos equipamentos e garantir a segurança dos usuários, os equipamentos deverão ser criados e instalados por pessoas capacitadas. A medida contemplará, também, pessoas com deficiência visual com o oferecimento de jogos de tabuleiro e baralho táteis.

      Mesmo os adultos devem ser beneficiados pela proposta que ainda prevê que as praças, parques e clubes deverão oferecer acessibilidade para atender às pessoas com deficiência, dentro dos padrões da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas).

      “A Constituição Federal estabelece o lazer como direito social, contudo, a maioria dos brinquedos instalados nos parques e áreas de lazer no Brasil foi desenvolvida para pessoas que não apresentam deficiências físicas, motoras ou sensoriais e, portanto, não oferecem
reais possibilidades de uso por crianças com necessidades especiais”, justifica Zé Teixeira.

      Para o parlamentar, as crianças que convivem com essas limitações enfrentam, em muitos casos, o isolamento do ponto de vista social. “A garantia de espaços especialmente adaptados para deficientes nos parques e áreas de lazer pode cooperar para a reintegração das crianças que hoje passam boa parte do tempo em instituições especializadas”, defende o democrata.

Na prática - Especialistas confirmam que o acesso a esse tipo de medida representa não apenas a garantia do direito constitucional que as crianças, sem distinção, têm de usufruir desses espaços, mas também favorece o processo de autoconhecimento e vivencia de experiências com o meio externo, principalmente para as crianças que convivem com limitações.

      “O ato de brincar garante efeitos biológico e
psíquico que estimulam as crianças, tanto as que enfrentam as dificuldades de terem que conviver com a deficiência quanto as que não passam por isso. Entretanto, no caso das crianças com deficiência, a proposta deve contribuir positivamente para o crescimento pessoal, uma vez que o relacionamento promove o desenvolvimento”, explica Zuleide Borges Chaves, diretora da Cedeg/Apae (Centro de Educação Especial Girassol da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais).

      Presente em 63 municípios de Mato Grosso do Sul, a Apae assiste diretamente cerca de 4,5 mil alunos, que recebem atendimento nas mais diversas áreas como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, odontologia, ecoterapia, entre outras.
Trabalho que busca coibir os preconceitos e discriminações, além de promover iniciativas que façam avançar políticas públicas e ações privadas voltadas à efetiva inclusão das pessoas com deficiência.

      “Qualquer tipo de discussão que pretenda garantir a acessibilidade é louvável. Precisamos entender que todos, independentemente da limitação, temos as mesmas necessidades e esse tipo de projeto beneficia não apenas as crianças com deficiência, mas as que não enfrentam essa dificuldade, já que com o contato, estimulamos a construção de um mundo mais inclusivo”, argumenta Zuleide.

Fonte: ALMS

quarta-feira, 10 de abril de 2013

ESPANHA TEM PRIMEIRA VEREADORA COM SÍNDROME DE DOWN


Por Eva Martin

      Valladolid terá a primeira vereadora municipal com síndrome de Down da Espanha, segundo anunciou nesta quarta-feira o
prefeito de Castilla y León, Francisco Javier León de la Riva.
      A futura vereadora, que estava em 18 º na lista das últimas eleições, entra em substituição de Jesus Garcia Galvan, que está prestes a deixar o cargo.
      “Até o momento, a candidata número 18  do PP municipal, Angela Bacharel, trabalha como assistente administrativa na cidade de Valladolid.”
      Nesta entrevista abaixo,  concedida à repórter Eva Martin, realizada no final das últimas eleições municipais, Angela Bacharel justificou a sua decisão de participar do pleito: “é para que as pessoas a percebam que nós, pessoas com deficiência, podemos tudo, temos muita força de vontade”.
      “Esta é a opinião de Angela Bacharel, a primeira pessoa com síndrome de Down que participou das recentes eleições nas listas do PP em Valladolid.
      Embora não tenha saído no jornal nem aparecido nos cartazes eleitorais da última eleição, pode-se dizer que ela é a política com quem mais se identificam as pessoas com deficiência intelectual, por sua firmeza de ideias e forma natural de expressá-las.
      Angela Bacharel é um exemplo de inclusão na sociedade. Como todos os adultos espanhóis, pode exercer o seu direito de participar de listas de partidos políticos se tem habilidades e competência para isso. E nesse caso ela é um “vulcão” de otimismo e compromisso com os seus pares. Participa na política apenas para que a sociedade conheça mais as pessoas com deficiência intelectual e para que as barreiras mentais que existem  desapareçam.
      Depois de seu dia de trabalho e antes do penúltimo comício com candidatos do PP tomei um café com ela e sua mãe, dois exemplos de mulheres lutadoras.

Angela, você sente orgulho de ter entrado nas listas de um partido?
      Sim, e gostei muito de fazer a campanha. Fiquei super contente de ter podido participar da lista. O prefeito disse que fui um exemplo de esforço e superação … Fiquei emocionada quando me disseram que fazia parte da lista do partido.

Gosta de política?
      Não

Então … por que você decidiu dar este passo?
      Para as pessoas perceberem que as pessoas com deficiência podem tudo, têm muita força de vontade.

Imagino que esta passagem ”temporária” pela política tenha sido uma experiência inesquecível. Você recomendaria a outras pessoas com deficiência intelectual que também o fizessem?
      Claro. Elas podem.

O que você acha que você pode oferecer ao partido?
      Eu acho que se deve trabalhar mais questões das pessoas com deficiência, como o emprego (pensa alguns minutos e repete enfaticamente). Emprego.

O que você acha que pode melhorar na sua cidade para as pessoas com deficiência?
      Participarmos mais e sermos mais ouvidos. Nós poderíamos melhorar ainda mais a acessibilidade dos locais como museus, transporte … também organizar mais atividades para nós na área de lazer e esporte.

Nas organizações de pessoas com deficiência optamos por uma sociedade justa, mas a realidade é que a sociedade discrimina as pessoas com deficiência pelo fato de terem uma deficiência …
      Sim, sim. Acho que sim.

Como você acha que poderia ser mudar a sociedade?
      Educação.
      A educação e a formação são dois pontos que Angela destacou várias vezes nesta entrevista em que ele termina com um provérbio que ela segue e recomenda a todos “não se preocupe, ocupe-se.”

Fonte: Down21 e FEAPS Castilla y León

terça-feira, 9 de abril de 2013

CINEMA EM TIRAS - PSICOSE - PARTE 5

     

     

      É aconselhável a um bom seriado que ele parta de uma premissa razoável: conhecida, desejada, crível (se for o caso) e geralmente também parta de algum modismo ou alguma carência da mídia (neste caso se ele der certo ele lançará o modismo).      
      Por quê premissa melhor do que PSICOSE? É arriscado se mexer com algo tão sério? Sim, fãs torcerão o nariz lembrando do fiasco que foi a refilmagem de 1998, mas o fato é que sem medo, a obra prima máxima do cinema de suspense ganha seu prequel, sua sequência-que-vem-antes em forma de seriado. Embarcando no modismo Hitchcockiano (que já nos rendeu filme pra cinema e pra TV no ano passado) e mostrando que de quando em quando as coisas são redescobertas e reinventadas, a série pretende contar a adolescência do jovem Norman Bates ao lado da mãe, justamente quando compram o motel do título (por favor, não me envergonhe achando que motel nos EUA é a mesma coisa que motel no Brasil) e se mudam para a pequena cidade de White Pine Bay após a morte do marido e pai. E um "psicótico" (desculpem o trocadilho) slogan: O melhor amigo de um garoto é sua mãe.
      Foi no início do ano que as primeiras imagens, teasers e o burburinho começou. Facebook e Youtube bombaram com as fotos de Norman Bates adolescente e os videos que iam sendo distribuídos só iam aumentando a curiosidade dos fanáticos por Psicose, cinema de suspense e, claro, Alfred Hitchcock.
      Aproveitando-se do lançamento, o canal A&E colocou no ar um site que permitia que, através do aplicativo GetGlue, os fãs fizessem check-in em cada um dos 12 quartos do hotel.
      Um bom seriado, precisa em seu primeiro episódio de elementos que mostrem a que ele veio e que agradem àquele público que ele pretende conquistar.
      Sem rodeios, sem meias palavras. No primeiro episódio já nos confrontamos com a mãe docemente manipuladora de Norman, sua devoção por ela, seus sintomas de uma culpa que conheceríamos depois. Passado nos tempos atuais mas ainda assim contando a história anterior à do filme de 1960, o jovem convive com iPhones, carros modernos, baladas eletrônicas e garotas saidinhas, enquanto ajuda a mãe a escapar de um estupro, esconder o corpo e as evidências. É, seco assim, mas de forma brilhante.
      Um bom elenco e uma boa equipe técnica também são indicados para o sucesso de um novo seriado.      Elenco? Vera Farmiga (a mesma de Amor Sem Escalas que continua linda e agora tem um ar de doçura e perversidade que se misturam) e Freddie Highmore (sim, o menininho de A Fantástica Fábrica de de Chocolates versão 2005, agora já bem crescidinho) se encarregam em papéis que transbordam sinceridade.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

08 DE ABRIL - DIA NACIONAL DO BRAILLE



      O “Dia Nacional do Braille” tem como objetivo ser um momento de reflexão e discussão onde a educação, a empregabilidade e a inclusão social das pessoas cegas e com baixa visão sejam avaliadas e novos rumos sejam apontados a fim de que a sociedade crie seus mecanismos para favorecer o desenvolvimento intelectual, profissional e social dos deficientes visuais no Brasil. 
      “Louis Braille foi um jovem brilhante que ao inventar um sistema de leitura e escrita para as pessoas cegas mudou a vida destas pessoas em todo o mundo. O Sistema Braille garante maior independência, autonomia e segurança, fatores indispensáveis à auto-estima de todo ser humano”, comenta Regina Fátima Caldeira de Oliveira, coordenadora da revisão braille da Fundação Dorina Nowill para Cegos


Sobre o Dia Nacional do Braille – A data de 8 de abril, em vigor deste 2010, foi escolhida em homenagem ao dia de nascimento de José Álvares de Azevedo, o primeiro professor cego brasileiro. Cego desde o nascimento, ele estudou o método em Paris. De volta ao Brasil, passou a ensiná-lo e a difundi-lo, e recebendo o título honorífico de "Patrono da Educação dos Cegos no Brasil".

Sistema Braille -  É um sistema de leitura para cegos por meio do tato, criado pelo francês Louis Braille, que perdeu a visão aos 3 anos de idade. Braille apresentou a primeira versão do seu sistema de escrita e leitura com pontos em relevo para a utilização do deficiente visual em 1825. Sua escrita é baseada na combinação de 6 pontos, dispostos em duas colunas de 3 pontos, que permite a formação de 63 caracteres diferentes que representam as letras do alfabeto, números, simbologia aritmética, fonética, musicográfica e informática.

Sobre Louis Braille - Em 1825 o jovem francês Louis Braille apresentou a primeira versão do seu sistema de escrita e leitura em relevo para a utilização da pessoa cega. Baseado na combinação de seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos o Sistema Braille permite a formação de 63 caracteres diferentes, que representam as letras do alfabeto, números, simbologia aritmética, musicográfica e, recentemente, da informática. Esse sistema se adapta a leitura tátil, pois os pontos em relevos devem obedecer à medidas padrão, e a dimensão da cela braille deve corresponder à unidade de percepção da ponta dos dedos.

      Natural de Coupvray, pequena aldeia a leste de Paris, Louis Braille nasceu em 4 de janeiro de 1809. Ficou cego em 1812, aos três anos, após se acidentar na oficina do pai. Ao tentar perfurar um pedaço de couro com uma sovela, aproximou-a do rosto, e acabou por ferir o olho esquerdo. A infecção se expandiu e atingiu o outro olho, deixando-o completamente cego. Para desenvolver um sistema de leitura e escrita para pessoas cegas, ele utilizou como base o sistema de Barbier, utilizado para a comunicação noturna entre os soldados do exército francês. Em 1837, Louis Braille apresentou a versão final do sistema que, embora tenha levado algumas décadas para ser aceito na França, antes do final do século XIX já havia se difundido pela Europa e por outras partes do mundo.