sábado, 30 de abril de 2011

SITE PORNÔ PARA DEFICIENTES VISUAIS

 



     Um site  dirigido a  cegos  que  oferece  descrições  em  áudio de páginas pornôs na internet está virando um fenômeno cult nos Estados Unidos. Chamado Porn for the Blind (Pornô para cegos, em tradução literal), o site disponibiliza clipes sonoros que trazem descrições, gravadas por voluntários, de cenas de sexo disponíveis na internet. Somente neste mês de abril o site já recebeu mais de 150 mil visitas. Antes de cada gravação, o locutor informa o endereço do site está descrevendo para que os cegos possam acessar a página e então inicia a descrição das cenas de forma clara e direta com detalhes do cenário, cores, personagens e ambiente para que o usuário possa "imaginar" o que está se passando no vídeo.
     O site, fundado em 2006, passou a aumentar gradualmente sua audiência desde que disponibilizou um software que permite que internautas voluntários gravem as descrições pornôs em áudio. Segundo um dos fundadores, identificado como Elmer, desde que o sistema foi disponibilizado, em agosto de 2007, o site conta com 30 arquivos de áudio. Em entrevista à BBC Brasil, ele afirmou que o resultado tem sido positivo, mas que os usuários ainda pedem melhorias.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

MTV ASSUME INICIATIVAS DE INCLUSÃO SOCIAL

    
      A paródia sem graça dos humoristas do Comédia MTV continua a dar dor de cabeça à emissora. Por causa do quadro Casa dos Autistas - uma sátira ao reality Casa dos Artistas – exibido em 22 de março, a MTV veiculou na terça (26) um pedido de desculpas e, nessa quarta (27), a direção do canal se reuniu com entidades ligadas a autistas.
     No esquete, o elenco do programa interpretou pessoas com o distúrbio confinadas numa casa e irritou telespectadores, que entraram em contato com a emissora. “Tenho um filho autista e sei que aquilo não o representa. Só quem tem um autista em casa sabe como é. Se eles soubessem, jamais os colocariam dessa forma”, reclama Iranice Nascimento, integrante da ONG Mão Amiga.
     Autor de uma representação no Ministério Público Federal contra a MTV, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) conversou ontem, em Brasília, com uma representante do Grupo Abril, dono da emissora. “Eles assumiram iniciativas de inclusão social, vão fazer campanhas de esclarecimento com temas mais amplos, como síndrome de down e deficiências físicas”, contou o parlamentar.
     Integrante do elenco do Comédia MTV, o humorista Marcelo Adnet, que não assina o roteiro e nem a direção da atração, recebeu críticas de telespectadores. “Fui muito atacado. Estou triste de ter que carregar essa culpa. Assim como os outros atores, estou de coração aberto. Acho que o quadro foi de mau gosto e estou do lado das famílias. Não sou um monstro”, defende-se Adnet.

Fonte: Portal Terra (28/04/11)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - SEGURANÇA NA RUA

    
     É muito comum - e também muito perigoso – ver pessoas, cuidadores, amigos ou familiares conduzindo a cadeira de rodas pelas ruas em vez de seguir pela calçada. A maioria das vezes isso acontece porque não há outra forma de transitar, uma vez que os passeios são inacessíveis. Sem falar da falta de padronização e degraus que surgem do nada no meio das calçadas. Em sendo assim, algumas dicas de segurança para circulação urbana:


1 - Aguardar na calçada o melhor momento para efetuar uma travessia, lembrando que para a pessoa com deficiência o tempo de cruzar a rua será maior.

2 - É mais seguro para a pessoa com deficiência visual atravessar com ajuda ou cruzar a via logo que perceber que os demais pedestres estão fazendo o mesmo.

3 - Ao cadeirante é importante observar se o local de travessia dispõe de rampa de acesso entre as calçadas. Caso não haja, a travessia vai demandar um tempo maior.

4 - Cuidado para atravessar entre carros ou caçambas, o cadeirante, anão ou uma pessoa de estatura baixa ficam numa posição difícil de ser visto pelos motoristas, o ideal é sempre atravessar na faixa de pedestres.

5 - Caso encontre um deficiente visual parado na calçada, não o puxe nem o empurre, forçando-o a atravessar a rua. Deve-se perguntar antes se ele quer fazer o movimento. Não e porque ele é cego que tenha, obrigatoriamente, que viver cruzando ruas.


6 - Quando você avistar um cego querendo atravessar a rua, não grite para ele avisando que pode fazê-lo. Ele pode se assustar com a situação, ficar desorientado. Ajude com segurança, oferecendo o braço, de forma tranquila.

7 - Você não precisara avisar o cego que vai virar à direita ou esquerda, que vai descer o meio-fio. Ele consegue percebera e interpretara os movimentos corporais

8 - Em uma calçada sem guia rebaixada (rampa) pergunte ao cadeirante a melhor forma de ajudar a vencer o obstáculo. Não faça manobras bruscas por conta própria com a cadeira.

9 - Quando se oferecer de guia para um cego não o confunda, cruzando uma rua em diagonal. Isso pode fazê-lo perder a orientação. Efetue o cruzamento em L; mais seguro para qualquer pessoa.

10 - Para pessoas com deficiência ou sem deficiência, o ideal e correto é sempre atravessar na faixa de pedestres.
Fonte: Blog Educar e Incluir

quarta-feira, 27 de abril de 2011

PRECONCEITO - POLÊMICO QUADRO DA MTV SOBRE AUTISTAS

    

    O quadro "Casa dos Autistas" - infeliz e preconceituosa ideia de algum(ns) "humoristas" da MTV deu o que falar.

     Segue abaixo as "desculpas" do humorista Marcelo Adnet e a reação do deputado federal Paulo Pimenta:

     A paródia do extinto reality show Casa dos Artistas (SBT) faz piadas com portadores da disfunção. Após receber inúmeras críticas e ser acusado de apelar para o humor “politicamente incorreto”, o humorista Marcelo Adnet recorreu ao Twitter e manifestou-se sobre o assunto.
     Para uma seguidora, o comediante disse que a ideia do quadro não foi sua.
     - Desculpe, sempre fui contra esta cena, mas fui voto vencido. Não escrevi esta cena e não sou o diretor do programa.
     Para outra usuária do microblog, Adnet disse que não pode se “responsabilizar sozinho” por algo que não fez.
 
     - Não posso me responsabilizar sozinho por uma cena que não escrevi, não dirigi e sempre fui contra!

    
     O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) ingressou, nesta segunda-feira (25), com uma representação no Ministério Público Federal para que sejam tomadas providências com relação a um quadro do Programa Comédia MTV, chamado “Casa dos Autistas”.  Na sketch, que busca ser uma sátira do Casa dos Artistas do SBT, o dia-a-dia as pessoas com disfunção global do desenvolvimento é retratado, a partir de uma visão particular dos humoristas do canal musical.


     No documento, o deputado classifica o “Casa dos Autistas” como um programa discriminatório que explora de maneira preconceituosa a imagem das pessoas com transtornos globais do desenvolvimento. A representação do deputado Pimenta está baseada na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da qual o Brasil é signatário. O texto da Declaração diz que “os Estados Partes proibirão qualquer discriminação baseada na deficiência e garantirão as pessoas com deficiência igual e efetiva proteção legal contra a discriminação por qualquer motivo”.

terça-feira, 26 de abril de 2011

ESPECIALISTAS BUSCAM CRÂNIO DE MONA LISA

    
     Uma expedição começa na quarta-feira (27), em Florença, em busca do crânio da Mona Lisa, com o objetivo de reconstruir o enigmático rosto que foi pintado por Leonardo da Vinci, e desvendar o mistério por trás do sorriso de Lisa Gherardini, esposa de Francesco del Giocondo.
     Durante três dias, um radar explorará 900 metros quadrados no antigo convento de Santa Úrsula e, em particular, dois claustros e uma igreja, onde os pesquisadores acreditam que encontrarão sepulturas do século XVI, entre elas a de Lisa Gherardini, cujo retrato está exposto no Museu do Louvre em Paris. Em 9 de maio começarão as escavações, que durarão duas semanas.
     Os restos recuperados serão enviados ao departamento de conservação de bens culturais da Universidade de Bolonha, onde se realizarão as análises de carbono 14, uma análise histológica para conhecer a idade dos restos, exame de metais para verificar a presença de alguma doença, e de DNA.
     Uma vez estabelecido que se trata de Lisa Gherardini, será possível reconstruir seu rosto e compará-la com a face que Leonardo pintou, disseram.
     Um documento encontrado em 2007 por um estudioso, Giuseppe Pallanti, no arquivo da Basílica de San Lorenzo, ao lado do convento, indica que os restos de Lisa Gherardini poderiam estar enterrados em Santa Úrsula. O certificado no registro paroquial declara que: "Foi mulher de Francesco del Giocondo, morta em 15 de julho de 1542 e sepultada em Santa Úrsula".
     O grupo de pesquisadores é formado por geólogos, antropólogos e historiadores da arte, que pretendem assim desvendar um dos maiores mistérios artísticos dos últimos séculos.

FONTE: Último Segundo - ibest

TOMATES VERDES E FRITOS - SUGESTÃO DE FILME

     
     É uma beleza de filme, sensível, caloroso, com um tom melancólico bem temperado por momentos leves, bem humorados. Uma pequena ode à vida e à amizade – suave, não uma sinfonia, mas um quarteto de cordas.
      E que quarteto de atrizes, todas elas no auge de seu talento, perfeitas nos papéis – as então jovens Mary Stuart Masterson e Mary-Louise Parker, a sempre excepcional Kathy Bates em uma de suas melhores interpretações e a veteraníssima Jessica Tandy linda e sapeca. Ah, sim, e a importância delas dentro do filme é nessa ordem – primeiro as duas mais jovens, depois as duas mais velhas. Nos créditos iniciais, Kathy Bates e Jessica Tandy aparecem primeiro, por serem atrizes mais famosas. 
      É um daqueles filmes que se passam em dois tempos: parte da ação acontece nos dias de hoje (no caso, o início dos anos 1990), e a outra parte, no passado distante (começando nos anos 1920 e concentrando-se basicamente nos anos 1930).

      Quando a ação começa, nos dias de hoje (ou da época em que o filme começa, é claro), temos um casal que vai visitar, numa pequena cidade do interior – veremos depois que é no interior do Alabama, Sul Profundo – uma tia do marido, que está em uma confortável, simpática casa de repouso para idosos. Os dois, Ed (Gailard Sartain) e Evelyn (Kathy Bates), são pessoas bem acima do peso; ela, em especial, é uma comedora compulsiva de doces. Na sala de espera da casa de repouso, enquanto Ed está no quarto da tia, Evelyn é abordada por uma velhinha de 82 anos, alegre, falante, Ninny Threadgoode – o papel de Jessica Tandy, que, com a carreira iniciada em 1932, vinha de três sucessos recentes, Cocoon, de 1985, Cocoon, o Retorno, de 1988, e Conduzindo Miss Daisy, de 1989.

      A velhinha Ninny começa a falar com Evelyn como se já a conhecesse há muito tempo: conta que tiraram sua vesícula, e em seguida está contando histórias de seu passado – começa a contar sobre Idgie Threadgoode (que, quando criança, é interpretada por Nancy Moore Atchison, e logo em seguida por Mary Stuart Masterson), de como Idgie perdeu o irmão mais velho que adorava, Buddy (Chris O’Donnell), e de sua amizade com Ruth (Mary-Louise Parker).
      A princípio, Evelyn ouve as histórias de Ninny só por polidez, educação – sem conseguir disfarçar, porém, um certo mal-estar. Mas acaba gostando das histórias que ouve. E as duas voltarão a se encontrar, em novas visitas de Evelyn e seu marido à casa de repouso. O espectador acompanha, então, as duas histórias – a da amizade de Idgie e Ruth, e a da nascente amizade entre Ninny e Evelyn.
      A jovem Idgie era uma figura fascinante; em plenos anos 30, no Sul Profundo, era uma libertária, independente, solta; freqüentava bar mal afamado, jogava pôquer, bebia uísque, fazia amizade com negros e negras. A jovem Ruth, bem mais careta, tímida, reservada, fica fascinada por ela.
      Assim como fica fascinada por ela, décadas depois, a nossa Evelyn, comilona, com um marido manso, que não a trata mal, mas que praticamente a ignora, e prefere sempre um jogo de qualquer coisa na TV à companhia da mulher. Através do que vai sabendo sobre Idgie, e da amizade que vai crescendo entre ela e a velhinha Ninny, Evelyn começa a mudar de vida.
      Haverá, nas histórias do passado, um marido espancador, um misterioso desaparecimento, com suspeita de assassinato, um julgamento, perda. As histórias são simples, mas envolventes. As atrizes estão maravilhosas, o filme tem um tom de sinceridade que é arrebatador.
       O filme recebeu duas indicações ao Oscar: de melhor atriz coadjuvante para Jessica Tandy e de melhor roteiro adaptado. Jessica Tandy teve indicação ao Bafta de melhor atriz e Kathy Bates, ao de atriz coadjuvante. No total, foram seis prêmios e seis indicações.




      Fannie Flagg, a autora do romance em que o filme se baseia e uma das roteiristas, teve uma carreira como atriz, e, no filme, faz um pequeno papel, interpretando uma das líderes dos grupos de auto-ajuda de que Evelyn, o personagem de Kathy Bates, participa. Parece que conhece a vida nas pequenas cidades do Alabama que descreve: é natural de lá mesmo.

Tomates Verdes Fritos/Fried Green Tomatoes
De Jon Avnet, EUA, 1991.
Com Mary Stuart Masterson (Idgie Threadgoode), Mary-Louise Parker (Ruth Jamison), Kathy Bates (Evelyn Couch), Jessica Tandy (Ninny Threadgoode), Cicely Tyson (Sipsey), Nick Searcy (Frank Bennett), Gailard Sartain (Ed Couch), Stan Shaw (Big George), Gary Basaraba (Grady Kilgore)
Roteiro Fannie Flagg e Carol Sobieski
Baseado no romance Fried Green Tomatoes at the Whistle Stop Café, de Fannie Flagg
Fotografia Geoffrey Simpson
Música Thomas Newman
Produção Universal Pictures, Act III Communications
Cor, 137 min (versão estendida), 130 min (versão normal)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

MÉDICOS CRITICAM CADEIRANTE DE "INSENSATO CORAÇÃO"

     


      Para quem acredita que a novela é um gênero que imita a realidade, a vida de Pedro, personagem de Eriberto Leão em Insensato Coração, seria um alento para milhares de paraplégicos. Meses depois de sofrer um acidente de avião, que o deixou sem o movimento das pernas, ele reaparece andando de muletas demonstrando incrível destreza.
      Mesmo tendo abandonado as sessões de fisioterapia por um período e passado outro na cadeia, bastou-lhe retomar algumas sessões para abandonar a cadeira de rodas.
      Por mais que a dramaturgia não tenha compromisso com a realidade, a impressionante recuperação de Pedro chama atenção. Seria possível um paraplégico voltar a andar após meses e algumas sessões de fisioterapia?
      Para a fisiatra Therezinha Rosane Chamlian, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), isso só é possível se a medula não tiver sido completamente lesionada, ou seja, se a lesão for considerada no jargão médico como “incompleta”.
      - É possível haver melhora da movimentação desde que a lesão da medula não seja completa. Melhora tanto os movimentos, quanto a sensibilidade. Mas para voltar a andar depende do tipo de lesão, da região acometida e da extensão dessa lesão.

      A medula é uma massa de tecido nervoso, situada dentro das vértebras localizadas entre a região cervical (pescoço) e a lombar. É por ela que são transmitidos os impulsos sensoriais e motores do cérebro e para o cérebro.
      Quando uma dessas vértebras é atingida, e a lesão chega à medula, ocorre a paraplegia (perda dos movimentos da bacia até as pernas) ou tetraplegia (perda dos movimentos da região do pescoço até os pés). O local onde ocorre a lesão determina um dos quadros.


Detalhes que fazem diferença
      Para Therezinha, o tratamento a que Pedro se submete não seria suficiente para lhe trazer tão bons resultados. O trabalho de reabilitação de quem sofreu lesão na medula envolve diferentes profissionais e etapas que necessitam dos cuidados de fisiatras, fisioterapeutas, nutricionistas e até de assistentes sociais e psicólogos.
      - O que eu senti como grande equívoco é dizer que basta fazer fisioterapia e exercícios para se recuperar. A mensagem que seria muito importante de passar é que precisa de uma equipe muito bem treinada.
      Mesmo sem descartar a recuperação do lesionado incompleto, a fisiatra reitera a possibilidade de existir sequelas e a necessidade de mostrar também essa faceta.
      – Às vezes fica sequelas mínimas, normalmente de um grupo muscular, como a dificuldade de mexer o pé, de controlar urina, fezes e manter a ereção.
      Fato que foi ignorado quando, em um dos capítulos, Pedro transa com a prima Irene, mesmo depois de ter abusado da bebida alcoólica. A cena impressionou a fisiatra já que, em geral, o homem paraplégico tem dificuldades de ereção e ejacula muito pouco, por causa da paralisação dos membros inferiores.
      - O ato sexual com uma pessoa com lesão medular precisa de preparo. A mulher terá que fazer uma série de artimanhas para ele conseguir uma ereção.
      Para a fisiatra Leila Menezes de Castro, superintendente médica de reabilitação da ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação), a história de Pedro não pode ser encarada como regra, mas como algo que acontece com um personagem de TV.
      - O importante é saber que cada caso é um caso. O paciente tem que ser muito bem acompanhado para saber exatamente qual é o prognóstico. Mas a reabilitação é sempre necessária.
      O ex-supervisor técnico em Telecomunicações Paulo Monção, de 47 anos, concorda com Leila. Ele ficou paraplégico em 2007, depois de uma bala de revólver acertar suas costas em uma tentativa de assalto. A lesão completa o deixou paralisado na região da cintura para baixo. Desde então, ele faz reabilitação na ABBR, onde, nestes três anos, conseguiu grandes avanços graças às sessões de terapia ocupacional.
      - Melhorei o equilíbrio de tronco, voltei a tomar banho sozinho e dirigo um carro adaptado. Mas para isso levei esse tempo, porque você tem que aprender tudo de novo, a sentar, a se equilibrar.
      Uma dor crônica na lombar, herdada pela lesão, no entanto, o obrigou a se aposentar.
      - Acredito em Deus, mas no meu caso não é com fisioterapia que eu vou andar. Eu acredito muito no estudo da célula-tronco. Aquilo que aconteceu na novela está totalmente fora de cogitação.
      O R7 entrou em contato com a assessoria de imprensa de Insensato Coração, que confirmou que a paraplegia não será levada em frente na novela. Essa, assim como as outras dificuldades enfrentadas pelo ex-piloto, serviram apenas de desafios para a união do casal Pedro e Marina.




Fonte: R7

domingo, 24 de abril de 2011

AS SETE MARAVILHAS DO MUNDO MODERNO - CHICHÉN ITZÁ

6) CHICHÉN ITZÁ



      Chichén  Itzá  é uma   cidade   arqueológica   maia   localizada  no estado mexicano de Iucatã que funcionou como centro político e económico da civilização maia. As várias estruturas – a pirâmide de Kukulkán, o Templo de Chac Mool, a Praça das Mil Colunas, e o Campo de Jogos dos Prisioneiros – podem ainda hoje ser admiradas e são demonstrativas de um extraordinário compromisso para com a composição e espaço arquitetónico.

       A pirâmide foi o último e, sem qualquer dúvida, o mais grandioso de todos os templos da civilização maia. O nome Chichén-Itzá tem raiz maia e significa "pessoas que vivem na beira da água". Estima-se que Chichén-Itzá foi fundada por volta dos anos 435 e 455. Foi declarada Património Mundial da Unesco em 1988.


sábado, 23 de abril de 2011

CADEIRA DE RODAS INTELIGENTE FUNCIONA POR COMANDO DE VOZ

     
      Um grupo de pesquisadores americanos está tentando ajudar pessoas idosas a fugir das limitações de mobilidade que elas enfrentam à medida que envelhecem.
      Cientistas especializados em robótica da Universidade Case Western Reserve, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo tipo de cadeira de rodas inteligente que não só funciona com joystick (no caso, o do Xbox) e comandos de voz para guiar um modelo elétrico, como traz um sistema de inteligência artificial que filtra cada comando, para garantir que seja seguro para o próprio usuário.
      Os cientistas criaram sistemas automatizados para a cadeira, que corrige comandos errados ditados pelo usuário. A tecnologia foi criada para ajudar, por exemplo, uma pessoa com dificuldade de locomoção a usar comandos de voz para guiar sua cadeira perto de obstáculos ou em terrenos perigosos, como uma escadaria.
      Quando um comando potencialmente perigoso é dado pelo usuário, um computador embutido na cadeira de rodas faz uma estimativa para garantir que o passageiro não esbarre em algum objeto ou a coloque em um piso irregular, evitando que ela caia. A informação foi revelada nesta quarta-feira (13) pelo site Popsci.
      Os pesquisadores também estão testando cadeiras comandadas por voz que conhecem os caminhos ao redor. Assim, além de comandá-la por meio de direções (“vá para esquerda”, “pare” etc), o usuário poderá dar comandos geográficos, como “vá para a máquina de refrigerante” ou “vá para casa”. Com isso, o usuário pode relaxar e deixar que a cadeira faça o caminho… que ela escolheu.

Fonte: Deficiente Físico

sexta-feira, 22 de abril de 2011

PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL E CIRCULAÇÃO URBANA

Olfato

     O olfato é um sentido de longo alcance e pode fornecer pistas para a orientação e localização de ambientes, como cozinha, sanitários, consultório dentário, laboratório, jardins e outros. O olfato é uma grande referência para a localização na rua, por meio de odores característicos de certos estabelecimentos comerciais, como farmácia, açougue, posto de gasolina e outros.

     Esse sentido deve ser bastante estimulado nas pessoas deficientes visuais porque, além de ser um grande auxiliar para sua orientação e mobilidade, contribui, também, para a proteção e cuidados pessoais na discriminação de produtos de diferentes naturezas, como alimentação, higiene pessoal, limpeza, medicamentos e outros.

     A criança cega terá poucas oportunidades de explorar o ambiente se ficar deslocando-se somente por caminhos e espaços conhecidos, com auxílio de guias.

Baixa visão

     Nos casos em que existe algum tipo de percepção visual, esta deve ser utilizada ao máximo na orientação e mobilidade, devendo o professor estar atento para as pistas visuais do ambiente como focos luminosos que podem fornecer ao deficiente visual indicações de corredores, salas ambientes, portas e janelas abertas, cantina, biblioteca e outros locais da escola.

     Especial atenção deve ser dada aos objetos coloridos existentes na escola, uma vez que poderão servir como ponto de referência para a orientação do aluno, como as escadas, por exemplo, colocar sinalização do primeiro e último degrau com fita crepe colorida (amarela e azul juntas de preferência). Em ambientes muito grandes, portas e corredores poderão receber pinturas de cores diferentes, com contraste, que identifiquem lugares previamente determinados.

     É importante que se conheça a capacidade visual existente, como ela se apresenta e como o aluno faz uso da mesma.

Pessoa com Deficiência Visual - relacionamento com a cidade

     A utilização dos pisos táteis visa atender não somente a orientação espacial das pessoas com algum tipo de deficiência visual, mas a todos os indivíduos que circulam pelos espaços, criando percursos seguros que indiquem as direções a seguir e alertar sobre barreiras ou perigos potenciais existentes ao longo deste percurso.

     No caso das pessoas com restrição visual total, a obtenção destas informações se dará por meio dos contrastes de sonoridade, textura e resistência nos pisos especiais em relação aos pisos adjacentes. Para as pessoas com baixa visão, além destas características, devem-se considerar os tipos de contraste de cor perceptíveis e a eliminação de reflexos.

Os pisos táteis são classificados em dois tipos: os de alerta e os direcionais.

     A sinalização de alerta deve ser utilizada quando há risco de segurança, como na identificação de obstáculos suspensos, rampas, escadas fixas, degraus isolados, frente a elevadores e em desníveis. O piso tátil de alerta deve ser cromo-diferenciado (de outra cor) ou deve estar associado à faixa de cor contrastante com o piso adjacente.

     A sinalização tátil direcional deve ser utilizada quando da ausência ou descontinuidade de linha-guia/guia de balizamento identificável, como guia de caminhamento em ambientes internos ou externos, ou quando houver caminhos preferenciais de circulação.


Na rua

     Caso a pessoa cega precise se locomover como atravessar uma rua, por exemplo, e tenha aceitado a sua ajuda, coloque a mão dela no seu cotovelo dobrado ou no seu ombro, e deixe que ela acompanhe o seu corpo enquanto vai andando. Avise, sempre com antecedência, se existem degraus, pisos escorregadios, buracos ou qualquer outro obstáculo que possa impedir a livre circulação de vocês durante o trajeto. Ande em passos normais. Lembre-se sempre de usar o bom senso. Em um corredor estreito, onde só pode passar uma pessoa, vá à frente e coloque seu braço para trás de modo que a pessoa cega possa continuar a seguir você. A bengala é como uma extensão da pessoa com deficiência visual. Portanto, não a puxe pela bengala e nem tente guiá-la por esse equipamento.
Fonte: Blog Educar e Incluir





quinta-feira, 21 de abril de 2011

JOSITO - ATOR PORNÔ COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

       


      Um espanhol de 23 anos, que desde os 17 anda de cadeira de rodas por causa de um acidente, é o primeiro ator deficiente a protagonizar um filme pornográfico, segundo o jornal El Mundo. Com o filme Querer é poder, Josito pretende fazer um pouco de "barulho" e demonstrar às mulheres que não precisam ter receios de se aproximar de um homem na cadeira de rodas, afirma na entrevista. "Tentei entrar em contato através da internet com diversos produtores e Nacho Allende, conhecido como "Torbe", foi o único que me respondeu. Ele foi quem me propôs fazer um filme para me promover", explica. Embora Josito assegure que não quer passar a vida toda fazendo este tipo de filme, a verdade é que é o primeiro ator na cadeira de rodas que se atreveu a rodar um longa deste tipo. A única diferença em relação aos atores pornô sem deficiência é que o espanhol tem que rodar suas cenas sentado. Para Josito, "a sexualidade dos deficientes não é um tema do qual se costuma falar". Por isso, quando uma pessoa sofre uma lesão medular, como ele, "trata-se de experimentar o que você pode fazer com seu corpo, já que nem todas as lesões são iguais".
        O jovem, que mal pode movimentar as pernas e uma mão, não conseguiu terminar a faculdade após o acidente, embora afirme que se interessa muito pelos estudos de imagem e som, e por isso gostaria de poder ser algum dia produtor de cinema pornô. "As pessoas são conscientes de que é preciso ajudar os deficientes, mas não se esmera em fazer as coisas acessíveis", ressaltou. Josito quer dedicar "o pouco ou muito dinheiro que ganhar à pesquisa da medula, para assim poder ajudar as pessoas que estão na mesma situação que eu".

Entrevista com Josito

1. Qual o tipo de deficiência que você tem  e que permite que você seja capaz de fazer um filme pornográfico? 

      Eu tenho uma lesão da medula espinhal cervical (C6),  longe de ser completa. Por isso, sinto e mexo boa parte do meu corpo.



2.  Você acha que precisou mostrar mais coisas do que outros atores mostraram, por ser deficiente

      Não, eu não precisei mostrar nada e nem provar nada para ninguém. Falei com Nacho, planejamos e conseguimos.

3 . Você acha que estaria fazendo filmes pornôs se não estivesse numa cadeira de rodas?
      Se eu não estivesse em cima de uma cadeira de rodas, pensaria igual a como penso agora...  E acho que teria entrado no mundo da pornografia...


4. Por que você quer ser um ator pornô e não o ator convencional? 

      Porque eu sempre gostei de pornografia. Amo filmes convencionais, sou um cinéfilo, mas não me vejo atuando neles.


5. O que é sexo para você? 

      Um curto período de tempo que você gasta bem. Um prazer, na verdade.



 6.  Você toma Viagra?


       Não, não tomo Viagra. Tenho ereções normais como qualquer um, mas eu percebo que em alguns momentos preciso de ajuda.




 7.  Você tem namorada? 

     Não, eu não tenho namorada, mas não descarto


 8. Chamam você de Josie... Isso é
  apenas uma manobra de propaganda?


     Meu nome é José, tenho 23 anos. Eu sou jovem, por isso é Josie.




 9 .  Você não tem meios para tentar a Web como uma aberração?


      Espero que não, porque eu não faço pornô aberração, pelo menos, tentar ser o mais normal possível.  Eu me considero um cara muito sério.    


 10.  A sua deficiência impede o clímax convencional?

      No meu caso, eu geralmente posso chegar ao orgasmo. Em outras pessoas, com uma lesão diferente, não sei. Não há dois iguais.

  Fonte: Mitología de la Sexualidad


   

quarta-feira, 20 de abril de 2011

INCLUSÃO ESCOLAR: FALTA ADEQUAR ESCOLA E CAPACITAR PROFESSOR

    
     Para os especialistas, como as sequelas da paralisia cerebral (PC) dependem da extensão e do local da lesão, é importante que os casos sejam analisados individualmente.
     “Há crianças com Paralisia Cerebral que têm atraso intelectual e outras que são capazes de tarefas como traduzir textos”, explica Luiz Celso Villanova, neuropediatra da Unifesp. “O problema é que acham que todos os indivíduos que têm grave comprometimento motor também têm grave comprometimento intelectual.”
     Segundo a professora Walkíria de Assis, especialista em educação especial, o preconceito será vencido quando, além da reforma física das escolas, os professores forem capacitados. “Não dá para exigir sem ensinar. Ele está acostumado a uma sala com 40 alunos, não sabe o que fazer quando vê um aluno especial.”
     A lei brasileira diz que escolas públicas e particulares têm a obrigação de aceitar a matrícula de qualquer aluno com deficiência física desde que ele tenha capacidade para acompanhar o ensino regular. Quando o envolvimento motor é importante, a escola deve usar estratégias que viabilizem a aprendizagem.
     O decreto federal 5.296, de 2004, determinou que todos os estabelecimentos de ensino proporcionassem condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. As edificações tinham até 30 meses para garantir a acessibilidade – o prazo venceu em 2007.
     Em nota, a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo disse que considera inadmissível que uma escola não faça o cadastro de um estudante e fará uma apuração para verificar se houve recusa da escola Tenente José Maria Pinto Duarte em cadastrar Natasha.
     O Grupo de Atuação Especial de Proteção às Pessoas com Deficiência (Gaeppd) do Ministério Público afirma que os principais problemas apontados pelas famílias são falta de acessibilidade e transporte, projeto pedagógico inadequado e recusa de matrícula nas escolas particulares.

Fonte: Rede Saci

O TEMPO É IMPLACÁVEL...

         Sim, o tempo é implacável... Nem "o exterminador do futuro" ficou livre da ação dos anos... Eheheh!
      Vamos ver como andam astros do cinema de alguns anos atrás!
     
       
                          De volta para o futuro...



Envelhecendo na Lagoa Azul...




Exterminador do Futuro...



Exterminador do Futuro 2



                             
                               Barrados no Baile...




                                               Curtindo a vida adoidado!



Karatê Kid

E, para terminar...
O menino do E.T.

terça-feira, 19 de abril de 2011

CLAUDIA RODRIGUES FALA SOBRE ESCLEROSE MÚLTIPLA



        O sorriso com que a atriz e humorista Claudia Rodrigues recebeu a reportagem de ÉPOCA sumiu quando ela notou a presença do fotógrafo. “Vai ter fotografia? Não gosto de foto, prefiro vídeo”, disse, na sala de seu apartamento na Gávea, no Rio de Janeiro, uma cobertura com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, o mar e o Cristo Redentor. Claudia estava vestida à vontade e sem maquiagem. Para ficar arrumada, limitou-se a pôr brincos e um vestido. “Nem um batonzinho?”, disse Lucia Colucci, sua agente. Não. Após a foto, desfez a produção. “Voltei a ser eu”, afirma, satisfeita. Em vários sentidos, Claudia quer voltar a ser ela mesma.

        Claudia é portadora de esclerose múltipla, doença que atinge cerca de 35 mil brasileiros e provoca sintomas como perda de memória, dificuldades motoras e na fala. A doença foi diagnosticada há cerca de dez anos. Os sintomas se agravaram em 2009, levando ao cancelamento das gravações da série A diarista, em que interpretava a protagonista Marinete. Ela se afastou para fazer tratamento. Quase dois anos depois, melhor, ensaia a volta ao trabalho. Na semana passada, aguardava resposta sobre a volta da personagem Ofélia em Zorra total. Acompanhada de sua agente (“ela sou eu”, diz sobre a proximidade das duas), Claudia falou do período em que a doença atingiu seu estágio mais severo e de sua recuperação.


ENTREVISTA – CLAUDIA RODRIGUES
QUEM É
Formada em educação física pela Universidade Gama Filho, seguiu carreira como atriz e comediante. Estudou artes cênicas no Teatro Escola da Rosane Gofman. É mãe de Iza, de 8 anos.

O QUE FEZ
Fez filmes como Xuxa popstar e programas humorísticos de televisão como Escolinha do Professor Raimundo, Sai de baixo, Zorra total e A diarista.

ÉPOCA – Como você descobriu que sofria de esclerose múltipla?


Claudia Rodrigues – Estava na peça Monólogos da vagina, em São Paulo, quando senti uma dormência no braço esquerdo. Achei que fosse cansaço ou algum problema de coluna. O pessoal da produção disse que eu poderia estar infartando, então fui ao hospital. Segunda-feira eu vim a uma clínica no Rio. Fiz exames, não deu nada. A médica pediu ressonância do cérebro. Eu respondi: “Minha cabeça é vazia, mas se você quiser ver…”. Uma médica entrou e disse: “Chamei outro médico para falar com você”. Perguntei o que eu tinha. Ela disse: “Ah, o neurologista vai te explicar”. Ele entrou e foi bem direto: “Esclerose múltipla”. O nome não me dizia muita coisa, mas assustou. O médico disse que eu poderia ter uma vida normal e mais para frente poderia sentir alguma coisa. Saí do quarto e me acabei de chorar. Voltei e perguntei: “Doutor, tenho uma pergunta só: vou poder ser mãe?”. Ele disse que sim. Fiquei um pouco mais tranquila.


 
ÉPOCA – Quando a doença passou a incomodar?

Claudia – Foi por volta de junho de 2009. Passei a sofrer problemas de memória durante as gravações de A diarista. Eu nunca tinha problemas para decorar textos. Me passavam em cima da hora, eu ia lá e fazia. Nunca tinha pedido texto no meio da gravação. O esquecimento me abateu. As gravações foram interrompidas. Fiquei chateada.


 
ÉPOCA – Como a doença a afetava?


Claudia – Não conseguia nem falar, né? Eu falava era um “blã, blã, blã”. Eu tinha dificuldades para andar. Agora estou andando melhor. E a memória, né?


 
ÉPOCA – Como foi interromper a carreira?


Claudia – Foi muito complicado. Eu sou formada em educação física, dei aulas por três anos. Não sinto muitas saudades. Me descobri atriz. Não sei fazer outra coisa. Minha mãe até perguntava se eu iria ficar parada em casa. “Mãe, eu só quero atuar.” (Silêncio.) Fico chateada. Não tinha costume de ficar em casa. Agora fico muito tempo aqui.


 
ÉPOCA – Como era sua rotina nos primeiros meses?


Claudia – Não era nada. Ficava o tempo todo em casa, montando quebra-cabeça e cuidando da minha filha (Iza, de 8 anos).


 
ÉPOCA – O que mais você fazia?

Claudia – Quando era criança, eu tinha mania de passar trotes. E voltei a passar. Eu digo que hoje é dia do Mc Lanche Feliz e pergunto à pessoa qual a loja mais próxima. Aí eu falo, falo, falo, falo… Liguei para algumas amigas que diziam com um “não posso” ou eram grosseiras. Eu chamava de sem coração. Alguns desligavam na minha cara. Era minha onda passar trote. Eu esculachava geral quem não comprava.
      “Eu vejo televisão e penso: ‘Por que não estou lá?’.
       Não quero tomar o papel de ninguém. Só quero atuar”.


ÉPOCA – Você não sentia vontade de sair de casa?

Claudia – Não. As pessoas me chamavam, mas eu não saía. Minha mãe me mandava para a rua. Eu dizia “não quero, para quê?”. Todo mundo vira para você e pergunta “quando você volta?”. “Já, já”, eu respondia. “Mas quando?” “Meu amor, não sei quando, mas já já, eu estou em tratamento e…” “Ah, minha tia também sofre desse problema, sabia?” “Ah, manda um beijo para sua tia.” É chato. Como eu não quero ser grossa, prefiro não sair.
      Sempre tem alguém para te botar para baixo. Eu entrei no Facebook, mas quero sair. Vem alguém e escreve “conheço uma igreja, queria muito que você fosse…”. Outro me pergunta se eu conheço Jesus… sim, conheço Jesus. Minha mãe é católica e eu estudei em colégio batista.

 
ÉPOCA – Como é ficar sem atuar?


Claudia – Eu vejo televisão e penso: “Por que eu não estou lá?”. Não quero tomar o papel de ninguém. Só quero atuar. Depois que você sai do foco, as pessoas te esquecem.


 
ÉPOCA – E o tratamento?


Claudia – Eu fiz em São Paulo. Logo eu, que sempre fiz piada de São Paulo, uma cidade com muita gente, prédio pra caramba, com pessoas que falam mal de carioca… (a agente, paulistana, faz cara feia). Não adianta fazer essa cara, não (risos). Me consultei com o doutor Charles Tibery, do (Hospital Albert) Einstein. Eu falei: “Meu cérebro não está bom, né?”. Ele disse que não. “Então tchau”, respondi. Ele disse: “Tchau, não. Você vai ficar aqui uns dias”. Comecei a tomar o natalizumabe (medicamento) e melhorei muito.


ÉPOCA – E hoje, você acha que está boa?
 

Claudia – Minha memória está bacana. Coisas de que eu não lembrava, como números de telefone, agora eu me lembro. Outro dia lembrei da minha matrícula da faculdade. Eu me sinto bem.


 
ÉPOCA – O que pretende fazer agora?


Claudia – Se Deus quiser, sexta-feira vou ao Projac e gravo uma Ofélia. Tomara que seja a primeira de muitas.


 
ÉPOCA – Ansiosa?


Claudia – Mais ou menos. Quero voltar a interpretar e fazer bem o papel.


 
ÉPOCA – Alguma insegurança?

Claudia – Não.


 
ÉPOCA – Você ensaia em casa?


Claudia – Não.


 
ÉPOCA – Alguma personagem que você viveu lhe serve de inspiração?

Claudia – A Thalía (da Escolinha do Professor Raimundo, que tinha o bordão “vou beijar muuitoo”). Ela é uma mulher que eu queria ser. É péssima, mas se acha “a” mulher. Ela tem uma autoestima muito forte. A Marinete (protagonista de A diarista) é muito correta, muito honesta. Não que eu não seja honesta! (Risos.)



Fonte: Revista Época